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ASML e CEO destacam desafios com restrições de chips à China

O CEO da ASML alerta sobre pressões dos EUA e o impacto nas vendas de tecnologia para a China, desafiando a Holanda a agir.

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Christophe Fouquet, CEO da ASML, declarou que os EUA devem intensificar a pressão para restringir ainda mais a venda de tecnologia de semicondutores para a , o maior mercado da empresa holandesa.

“Diante do cenário geopolítico, é evidente que os EUA continuarão a exigir mais restrições de seus aliados,” afirmou Fouquet em entrevista durante o Bloomberg Tech Summit em Londres, nesta terça-feira (22). “A questão é: qual o caminho certo para os Países Baixos? E para a Europa?”

Washington tem feito esforços constantes para limitar a ascensão da China no setor de semicondutores, implementando várias rodadas de controles de exportação focadas em chips de inteligência artificial e equipamentos avançados. O governo holandês enfrenta o desafio de equilibrar os interesses de seu aliado, os EUA, com os de sua principal empresa.

Fouquet ressaltou que a maioria dos negócios da ASML com a China se concentra em tecnologia madura, que não levanta grandes preocupações de segurança nacional. “Atualmente, a ênfase está em semicondutores convencionais,” disse ele. “Isso é muito distinto do que está relacionado à IA.”

A ASML mantém uma posição monopolista na fabricação de máquinas de litografia essenciais para as maiores empresas de semicondutores do mundo, produzindo chips avançados que alimentam desde os smartphones da Apple até as soluções de IA da Nvidia. A China não teve sucesso em adquirir as máquinas mais modernas da ASML, que utilizam tecnologia de ultravioleta extremo (EUV).

Recentemente, a Holanda impôs novas restrições que proíbem a ASML de exportar seus sistemas de litografia DUV de imersão para a China, obrigando-a a requerer licenças de exportação. A China, por sua vez, depende significativamente dessas máquinas para aprimorar sua capacidade de fabricação de chips, dado que ainda não conseguiu desenvolver equipamentos equivalentes.

Fouquet informou que as atuais restrições significam que a China está “10 a 15 anos atrasada em relação à tecnologia avançada.”

A China representou o maior mercado da ASML nos últimos cinco trimestres, com vendas que totalizaram € 2,79 bilhões (US$ 3 bilhões) no mais recente trimestre, quase 50% do total da ASML. De acordo com Fouquet, a demanda chinesa foi impulsionada por um acúmulo de pedidos resultantes da pandemia de Covid-19, mas ele projeta que as vendas para a China devem cair para cerca de 20% da receita total no próximo ano, o que considera um nível normal.

Perspectivas de Crescimento

As ações da ASML sofreram uma queda significativa na semana passada após a empresa revisar para baixo suas previsões para o próximo ano e registrar menos da metade dos pedidos no terceiro trimestre em comparação com as expectativas dos analistas. Essa situação também impactou negativamente toda a indústria de semicondutores.

Embora a demanda por aceleradores de IA tenha impulsionado empresas como a Nvidia, outros setores cruciais para a ASML continuam atolados em uma recessão prolongada.

A Intel está passando por uma reestruturação e adiou seus planos de construção de fábricas na Europa. A Samsung também pediu desculpas aos investidores por resultados abaixo do esperado. As fabricantes de chips voltadas para o setor automotivo e industrial enfrentam suas próprias dificuldades. Na semana passada, Fouquet alertou que a recuperação do mercado de chips pode levar até “2025” para se concretizar.

Ele expressou confiança de que tanto a indústria de chips quanto a ASML devem se expandir no próximo ano. “Esperamos que 2026 seja um ano de crescimento, mas é prematuro quantificar isso,” concluiu.

As ações da ASML subiram até 3,3% na terça-feira, mas ainda permanecem mais de 15% mais baixas desde o anúncio dos resultados na semana anterior.

Sobre Migração e Competitividade

Fouquet afirmou que é vital que países europeus, como a Holanda, não restrinjam a migração se desejam permanecer competitivos.

“Construímos nossa empresa com mais de 100 nacionalidades,” destacou. “Atrair talentos de toda parte foi essencial para nosso sucesso.”

O novo governo holandês, sob a liderança do legislador de extrema direita Geert Wilders, do Partido da Liberdade, promete implementar as políticas de migração mais rigorosas da história do país, propondo retirar o país do acordo de migração da União Europeia e endurecer os controles de fronteira, além de congelar decisões sobre pedidos de asilo e ameaçar deportações.

Fouquet enfatizou que a disponibilidade de capital humano é tão crucial quanto a disponibilidade de capital financeiro, energia e espaço para construção de fábricas.

“Para competir com nações como a China e os EUA, não apenas é necessário ter essas condições, mas elas precisam ser as melhores possíveis,” finalizou.

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