A Apple fez um anúncio significativo ao revelar a reformulação de software mais ambiciosa em sua história, pretendendo integrar seus dispositivos de maneira mais coesa e útil, mesmo que os avanços em inteligência artificial ainda deixem a desejar.
Intitulada Liquid Glass, a nova interface foi apresentada durante a Conferência Mundial Anual de Desenvolvedores da Apple. Esta abordagem inovadora incorpora menus transparentes e um design vítreo, revolucionando o software dos iPhones, iPads, Macs, plataformas de TV, smartwatches e o aguardado headset Vision Pro.
As atualizações foram introduzidas nas versões iOS 26, watchOS 26 e visionOS 26, que agora foram nomeadas a partir do ano que se inicia, ao invés de um número de versão. Além disso, houve uma reformulação significativa no software do iPad, que agora se assemelha ainda mais a um Mac, atendendo a uma demanda antiga dos consumidores.
A proposta do Liquid Glass é oferecer uma experiência mais unificada entre os sistemas operacionais da Apple, mas o evento falhou em apresentar os avanços esperados pelos investidores. Enquanto rivais como Alphabet e OpenAI pioneiram no campo da inteligência artificial, a gigante de Cupertino parece estar menos focada em sua plataforma de IA, a Apple Intelligence.
O único grande anúncio relacionado à IA foi a confirmação da abertura dos modelos base da Apple Intelligence para desenvolvedores, permitindo que criadores de aplicativos utilizem a tecnologia da Apple. Outras funcionalidades incluem tradução ao vivo de chamadas e a capacidade de mesclar emojis existentes em novas imagens através do recurso Genmoji.
Desde o lançamento da plataforma Apple Intelligence na WWDC do ano passado, a companhia tem enfrentado atrasos na implementação de novos recursos, ficando atrás de seus concorrentes do Vale do Silício. No entanto, a Apple promete revelar mais inovações em IA até 2026, segundo informações da Bloomberg News.
O evento de segunda-feira foi discreto, resultando em uma leve desilusão para os investidores. As ações da Apple caíram 1,2%, fechando a US$ 201,45 em Nova York, após um início de sessão promissor. A companhia já perdeu 20% de seu valor este ano, despontando como a mais valiosa do mundo.
Embora a WWDC não tenha trazido grandes surpresas, ainda assim apresentou novidades que agradaram aos fãs da Apple. A atualização do software do iPad agora inclui multitarefa semelhante a um computador, um gerenciador de documentos PDF e outras funcionalidades para melhor gerenciamento de arquivos. Estas mudanças são esperadas para aumentar a produtividade dos usuários e transformar o iPad em uma ferramenta ainda mais eficaz para tarefas profissionais.
O iPhone contará com um novo aplicativo de Telefone, que unifica correios de voz, chamadas recentes e contatos favoritos em uma única tela. Além disso, o headset Vision Pro permitirá fixar widgets digitais, como relógios ou cotações de ações, em superfícies como paredes.
A Apple está tentando preencher as lacunas em sua linha de IA, anunciando uma parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, que trará novas possibilidades de criação de imagens, conforme anunciado nesta semana. Recursos de mapeamento também foram destacados, uma vez que aprenderão eficientemente com as rotinas dos usuários. Adicionalmente, um novo aplicativo de jogos foi introduzido, reunindo recursos e desafiando amigos.
O Vision Pro agora terá capacidade de trabalhar com controles do PlayStation VR da Sony, em uma tentativa clara de atrair mais jogadores para sua plataforma. O software, visionOS, incorpora também avatares virtuais mais realistas para videoconferências.
Para o Apple Watch, um novo aplicativo de Treino incluirá um recurso denominado “Buddy”, que utiliza IA para auxiliar os usuários a manter a forma. Já o software macOS receberá uma barra de menu transparente, com controles personalizáveis, e agora poderá utilizar o aplicativo Telefone do iPhone. Esta versão será chamada macOS 26 Tahoe, em homenagem ao icônico lago entre Califórnia e Nevada.
Versões beta do novo software já estão disponíveis para desenvolvedores e entrarão em beta público em julho, permitindo que um público maior teste as novas funcionalidades antes do lançamento para consumidores no outono norte-americano. A expectativa é proporcionar aos clientes mais razões para utilizarem, manterem ou atualizarem seus dispositivos, um aspecto crucial diante do aumento esperado nos preços.
A Apple continua a enfrentar desafios, como tarifas impostas pela administração Trump, levando a companhia a transferir parte da produção de iPhones destinados aos EUA para a Índia. Mesmo com essas mudanças, as expectativas são de que a Apple aumente seus preços, usualmente posicionados para novos lançamentos em setembro.

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