A Apple está reformulando o navegador Safari para focar em motores de busca impulsionados por IA, em meio a um possível colapso do seu acordo com o Google. Essa movimentação é uma resposta às transformações rápidas que a indústria está enfrentando.
Durante seu depoimento no processo do Departamento de Justiça dos EUA contra a Alphabet, Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple, revelou que as buscas no Safari caíram pela primeira vez no mês passado, creditando essa queda ao uso crescente de IA. Cue acredita que provedores de busca como OpenAI, Perplexity AI e Anthropic substituirão, eventualmente, os motores de busca tradicionais como o Google.
Ele expressou confiança de que a Apple irá adicionar essas novas opções no Safari, embora não sejam os padrões imediatamente. “Nós os adicionaremos à lista,” disse Cue, “mas eles ainda precisam ser aprimorados.” A empresa já está avaliando inclusões úteis de serviços como a Perplexity.
“Antes da IA, acreditava-se que outras opções eram inviáveis,” observou Cue. “Agora, com novos entrantes inovando, as possibilidades são vastas.” A Apple já oferece o ChatGPT como opção na Siri e planeja adicionar o Gemini, do Google, ainda neste ano. Além disso, Cue mencionou outras opções que a Apple está avaliando, como Anthropic, Perplexity, DeepSeek e Grok.
As ações da Alphabet despencaram até 7% na quarta-feira, afetando diretamente o mercado. As ações da Apple também caíram 2,5% após os comentários de Cue, impactando o índice S&P 500, que perdeu um ganho anterior de 0,5%.
Cue revelou ainda que, antes da escolha do ChatGPT no iOS 18, houve uma disputa com o Google sobre os termos do acordo, que incluíam exigências que a Apple não aceitaria. O futuro dos dispositivos, segundo Cue, pode ser muito diferente do que conhecemos, afirmando que “você pode não precisar de um iPhone em 10 anos”. Ele destacou como as mudanças tecnológicas abrem portas para novos concorrentes no mercado.
Porém, Cue reconheceu que a competição verdadeira só ocorrerá quando os provedores de IA aprimorarem seus índices de busca. Apesar disso, ele acredita que a mudança já é irreversível, dada a presença de grandes recursos financeiros no setor. “Com tanto investimento, a transição para buscas por IA é inevitável,” afirmou.
Cue também mencionou que os modelos de linguagem subjacentes à IA generativa continuarão a evoluir, fornecendo razões ainda maiores para que os usuários mudem suas preferências de busca. No entanto, ele indicou que o Google deve continuar como padrão no Safari, pois acredita que o acordo atual com a Apple oferece os melhores termos financeiros em buscas tradicionais.
No ano passado, as empresas expandiram seu acordo para incluir também o Google Lens na Inteligência Visual dos iPhones, permitindo que os usuários tirem fotos e analisem com IA. Além disso, o acordo com o Bing da Microsoft, que é uma opção não padrão no Safari, teve uma recente mudança para um período anual.

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