Na última sexta-feira (13), a Airo Group Holdings fez sua estreia na Nasdaq, e as ações explodiram, chegando a um aumento de 291%. A empresa arrecadou US$ 60 milhões em sua oferta pública inicial (IPO).
Esse foi o terceiro IPO de destaque neste mês, onde empresas conseguiram dobrar o valor de suas ações no primeiro dia de negociação.
Após uma montanha-russa de flutuações, as ações fecharam a US$ 24,00, 140% acima do preço de US$ 10,00 do IPO. As negociações foram interrompidas diversas vezes em razão da intensa volatilidade.
Antes do lançamento, a Airo decidiu aumentar o número de ações disponíveis para 6 milhões e ajustou o preço abaixo da estimativa inicial de US$ 14 a US$ 16 por ação.
Esse desempenho inicial deu à Airo um valor de mercado de US$ 705 milhões, considerando as ações em circulação de acordo com o registro.
Chirinjeev Kathuria, o presidente e cofundador da Airo, manifestou interesse em adquirir até US$ 5 milhões a preço de oferta, conforme indicado no registro. Importante notar que a Airo havia planejado abrir seu capital anteriormente, em abril, mas o aumento da volatilidade nos mercados, medido pelo índice VIX, atrasou o processo devido à instabilidade política global.
Com a recente queda do VIX e o desempenho otimista de IPOs como o da Circle Internet Group e Voyager Technologies, além de concorrentes já listados, a Airo decidiu retomar suas estratégias de IPO, como revelou Kathuria em entrevista à Bloomberg.
A empresa já havia se encontrado com investidores em abril e, ao reavaliar sua estratégia, conseguiu que a oferta fosse totalmente subscrita já na quarta-feira, permitindo que prosseguisse rapidamente com o processo mesmo em meio a incertezas políticas, como os conflitos entre Irã e Israel.
“Sempre esperamos um resultado pacífico, mas essa instabilidade aumenta a demanda, pois há um crescente interesse em investimentos no setor de aeroespacial e defesa,” disse Kathuria, enfatizando a evolução da guerra moderna e o papel crítico da tecnologia de drones.
Impressionantemente, a capitalização de mercado da Airo atingiu US$ 1 bilhão em seu auge, contrastando com a recente estreia das ações da Voyager Technologies, que teve um crescimento de 82% em sua abertura. O entusiasmo persiste, especialmente após o crescimento de 168% da Circle em junho.
O IPO da Airo surgiu num momento estratégico, especialmente após o presidente Donald Trump assinar novas ordens executivas para acelerar a produção de drones nos EUA, visando reduzir a dependência de importações da China.
Kathuria também mencionou a intenção de iniciar a fabricação de drones militares localmente e obter certificação para vendas ao Departamento de Defesa dos EUA em cerca de seis meses.
Os drones da Airo já estão operando em diversos países da União Europeia e da OTAN, tendo sido testados e utilizados em conflitos na Ucrânia. Sua tecnologia habilitada para inteligência artificial os torna difíceis de serem derrubados, conforme relatou Kathuria.
“Embora hoje não tenham munição, estamos prontos e dispostos a armá-los se a OTAN ou os EUA solicitarem,” afirmou.
[Nota de rodapé]: A Airo limitou a quantia levantada no IPO para preservar os interesses de seus acionistas existentes. “Abrir o capital nos proporciona acesso a um financiamento de US$ 200 milhões do governo canadense e a outras alternativas de dívida,” afirmou Kathuria. “Isso traz credibilidade para a empresa ao competir por contratos da OTAN e do Departamento de Defesa dos EUA.” As ações estão sendo negociadas na Nasdaq Global Market sob o símbolo AIRO.

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