As ações da Airbnb dispararam em uma negociação impressionante, alcançando a maior alta em dois anos. Isso acontece após a divulgação de um guidance otimista para o primeiro trimestre de 2025, ressaltando uma “demanda forte contínua” após uma movimentada temporada de viagens durante as férias.
Para o período de janeiro a março, a empresa prognostica que seu principal indicador de noites e experiências reservadas crescerá a um ritmo “relativamente estável”, comparando-se com o crescimento de 8,5% do mesmo período do ano anterior, sem contar com o Dia Adicional, conforme declarado em seu comunicado na quinta-feira. Wall Street previa uma alta de 8,3% para esse intervalo, de acordo com estimativas da Bloomberg.
Nesta sexta-feira (14), as ações da Airbnb subiram até 14% logo após a abertura do mercado em Nova York, marcando o maior aumento intradiário desde fevereiro de 2023.
Os resultados da Airbnb confirmam que a demanda por viagens permanece robusta, mesmo após uma desaceleração notada após o boom inicial das viagens pós-pandemia durante o verão norte-americano do ano passado. Esse cenário otimista também foi corroborado por companhias aéreas dos EUA e pela Expedia, que reportaram resultados do quarto trimestre além das expectativas na semana passada.
Durante o quarto trimestre, tanto as noites reservadas quanto os lucros ajustados da Airbnb superaram as expectativas, impulsionados por uma “aceleração no crescimento” em várias regiões, especialmente na Ásia-Pacífico e América Latina.
As viagens internacionais foram responsáveis pela maioria das noites reservadas na região da APAC, e a empresa continua a registrar uma recuperação gradativa das viagens a partir da China. O crescimento na América Latina foi impulsionado por campanhas de marca focadas na região que foram introduzidas no segundo semestre do ano passado, com o Brasil se destacando ao superar outros países após a bem-sucedida integração de um provedor de pagamentos local.
Na América do Norte, onde houve indícios de desaceleração da demanda no verão passado, a Airbnb também observou um crescimento acelerado, com um aumento de “dígitos únicos médios” nas noites reservadas durante a temporada de férias. Esse crescimento foi atribuído à robustez das tendências subjacentes no setor de viagens, com preços de estadias elevados e um pico nas reservas de curto prazo em casas inteiras.
Entretanto, semelhante à Expedia, a Airbnb emitiu um aviso sobre como as flutuações cambiais podem afetar certos indicadores de lucro nesse período. Para o atual trimestre, a expectativa de receita varia entre US$ 2,23 bilhões e US$ 2,27 bilhões, o que não alcança os US$ 2,29 bilhões esperados pelos analistas, levando em conta que mais da metade da receita vem do exterior.
A Airbnb, reconhecida por seus serviços de aluguel e casas compartilhadas, revelou iniciativas significativas além das acomodações para este ano, prevendo que novos negócios possam gerar mais de US$ 1 bilhão em receita a cada ano, conforme destacado pelo CEO Brian Chesky.
A empresa anunciou planos para investir entre US$ 200 milhões a US$ 250 milhões no lançamento e na escalabilidade desses novos produtos, a partir de maio. Isso inclui reiniciar seu negócio de Experiências, que abrange passeios, aulas e workshops, além de oferecer comodidades adicionais durante as estadias, como chefs pessoais e massagens em casa. A Airbnb também sublinhou que sua plataforma tecnológica, que foi aprimorada nos últimos anos, permitirá a criação de novos produtos de maneira mais rápida.
Com esses investimentos, a Airbnb espera que a margem total para os lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização chegue a pelo menos 34,5%, superando as estimativas anteriores. A empresa observa que esses investimentos Impactarão as margens durante os primeiros nove meses de 2025, mas antecipa uma contribuição significativa para o crescimento da receita à medida que esses negócios se tornem mais escaláveis nos próximos anos.
A Airbnb também tem colhido resultados encorajadores de diversas novas iniciativas lançadas no ano passado. O mercado de co-anfitriões, que permite que proprietários contratem outros para gerenciar seus aluguéis, agora conta com quase 100 mil listagens desde seu lançamento há quatro meses em 10 países. Essas listagens, segundo a empresa, “geram aproximadamente o dobro” de receitas em mercados comparáveis, e há planos para expandir essa oferta no Japão e na Coreia nos próximos meses.

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