As ações da Tesla (BDR: TSLA34) dispararam cerca de 15% logo nas primeiras negociações desta quarta-feira (6), com investidores otimistas acreditando que a montadora de Elon Musk será uma das grandes vencedoras com o retorno de Donald Trump à Casa Branca. No fechamento, os ativos avançaram 14,75%, atingindo o valor de US$ 288,53.
Elon Musk, que se destacou como um dos maiores apoiadores dos republicanos neste ciclo eleitoral, injetou mais de US$ 130 milhões em doações e utilizou sua rede social, o X, de forma intensa para expressar seu apoio. Embora Trump tenha criticado os veículos elétricos durante a campanha, seu discurso se suavizou após o endosso de Musk.
“Deixe-me dizer, temos uma nova estrela: Elon,” disse Trump em um evento em West Palm Beach, Flórida, elogiando Musk por quase quatro minutos e chamando-o de “cara especial” e “super gênio,” enquanto destacava suas conquistas com a SpaceX.
Ações da Tesla com potencial para máxima histórica
As ações da Tesla estão a caminho de alcançar seu pico mais alto do ano, chegando a US$ 289,99 nas negociações de pre-market. Por outro lado, as ações da BMW AG caíram 6,58%, liderando as perdas entre as montadoras alemãs, após resultados trimestrais decepcionantes e a ameaça de Trump de aumento de tarifas sobre veículos importados. As ações da Volkswagen AG, Mercedes-Benz Group AG e Porsche AG também tiveram quedas significativas.
“A maior vantagem de uma vitória de Trump seria para a Tesla e Musk,” afirmou o analista da Wedbush Securities, Daniel Ives, em um relatório aos investidores. De acordo com Ives, a Tesla estaria em uma posição privilegiada em relação aos concorrentes, especialmente se os EUA decidirem reduzir os incentivos fiscais para veículos elétricos.
Riscos à vista para veículos elétricos
A adversária de Trump, a vice-presidente Kamala Harris, provavelmente irá manter políticas que incentivam a produção e venda de veículos elétricos nos EUA, incluindo a Lei de Redução da Inflação, recentemente sancionada pelo presidente Joe Biden. Contudo, Musk já se afastou de Biden, especialmente pela preferência do democrata por sindicatos e pela falta de reconhecimento da Tesla como pioneira na transição para veículos elétricos.
Várias disposições importantes relacionadas aos veículos elétricos podem estar sob ameaça de revogação, especialmente se os republicanos conquistarem as duas casas do Congresso, alertaram analistas da BloombergNEF na semana passada.
Além disso, requisitos de economia de combustível e emissões poderão ser reavaliados, como ocorreu durante o primeiro mandato de Trump, o que poderia limitar a receita da Tesla com a venda de créditos regulatórios, necessitados por fabricantes que enfrentam regras rigorosas impostas por Biden.
Possibilidade de alívio regulatório traz esperança
Musk procurou minimizar o impacto de uma possível revogação dos incentivos governamentais para veículos elétricos, enfatizando os benefícios que a desregulamentação poderia trazer para as empresas.
Durante uma teleconferência sobre os resultados trimestrais da Tesla no mês passado, ele defendeu um processo federal para a aprovação de veículos autônomos e expressou seu desejo de implementar isso, caso seja convidado a um cargo no governo de Trump.
Atualmente, os fabricantes precisam de autorização da Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário dos EUA (NHTSA) para colocar veículos sem volante ou outros controles obrigatórios nas ruas. Se a Tesla conseguir essa isenção, apenas uma fração desses carros poderia ser colocada em circulação anualmente.
“A aceleração da autonomia será o centro das atenções dos investidores,” analisou Ives, da Wedbush, apontando que a Tesla pode avançar com seus planos para lançar veículos autônomos em breve.
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