Os acionistas da Origin Energy, uma das principais companhias do setor na Austrália, tomaram uma decisão contundente ao rejeitar uma oferta de aquisição da Brookfield avaliada em US$ 12,8 bilhões. A votação foi apertada, e mesmo com 69% dos votos a favor, isso não foi suficiente para atingir o necessário limite de 75%, conforme destacado pelo presidente da Origin, Scott Perkins, durante uma reunião realizada em Sydney na segunda-feira (4). “Portanto, a Origin permanecerá uma empresa independente, listada na ASX”, declarou Perkins.
O AustralianSuper, o maior investidor individual da Origin, que possui 17% da empresa, foi um dos principais opositores da oferta, considerando-a insuficiente. O fundo se manifestou dizendo: “O valor e o futuro da Origin estão melhor nas mãos de seus membros e acionistas, ao invés de em um consórcio de capital privado em busca de retornos rápidos”.
A Brookfield, que junto à EIG Global Energy Partners apresentou a primeira proposta em novembro do ano passado, revisou sua oferta recentemente, porém o conselho da Origin optou por não avançar com a nova sugestão de transação alternativa de A$ 12,3 bilhões, que focava nos negócios de geração e varejo de energia da companhia.
A Brookfield não se manifestou publicamente sobre a rejeição, mas informou que avaliaria as implicações da nova política energética da Austrália antes de decidir os próximos passos a serem tomados.
A recusa da transação levanta questões sobre o futuro da transição energética na Austrália, que busca acelerar a implementação de parques solares e eólicos enquanto desativa antigas centrais a carvão. A Brookfield havia prometido um investimento de até A$ 30 bilhões ao longo de 10 anos para expandir a capacidade de geração de energia limpa da Origin, triplicando-a.
Em nota, o AustralianSuper reafirmou sua disposição em fornecer capital para auxiliar na transição da Origin, reiterando um compromisso prévio.
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