Prepare-se para o impacto! Os salgadinhos e cafés na copa do escritório estão prestes a se tornarem uma lembrança do passado. A administração de Donald Trump está pronta para agir, mirando diretamente nos lanches gratuitos oferecidos em locais de trabalho.
A emblemática lei tributária do presidente não apenas reduz, mas elimina a dedução tradicional para alimentos fornecidos aos funcionários. Esse movimento ameaça um benefício querido por muitas empresas, especialmente aquelas influentes do Vale do Silício, onde a cultura do escritório é definida por despensas repletas de lanchinhos. A prática se tornou uma norma entre instituições financeiras de Wall Street e outros estabelecimentos.
Com a nova legislação, empresas que continuarem a oferecer lanches ou refeições gratuitas a seus funcionários enfrentarão taxas adicionais a partir de 31 de dezembro, quando a dedução será oficialmente eliminada.
Essa mudança passou praticamente despercebida em meio à vasta legislação de quase mil páginas que circulou no Congresso. Agora, a grande questão é: como as empresas reagirão a isso?
Um porta-voz do Goldman Sachs (GSGI34) — conhecido por sua política de oferecer US$ 30 em refeições fora do horário e lanches gratuitos — optou por não comentar sobre o futuro da empresa com o fim da dedução. O mesmo silêncio veio da Meta (M1TA34), renomada por facilitar o acesso a comida e café grátis para seus colaboradores. Enquanto isso, representantes do Google não atenderam aos pedidos de comentário.
Enquanto algumas indústrias podem não ser impactadas por esta mudança, como a pesqueira do Alasca, que conseguiu uma exceção com o apoio da senadora Lisa Murkowski, outras, como os pescadores de lagosta do Maine, não tiveram a mesma sorte.
Os restaurantes, no entanto, ainda poderão deduzir as refeições de seus funcionários, preservando uma tradição antiga. Mas muitos outros setores, incluindo fábricas e hospitais que costumam fornecer alimentos ou lanches, não compartilharão do mesmo privilégio.
Segundo o Comitê Conjunto de Tributação do Congresso, essa eliminação deve resultar em um aumento de US$ 32 bilhões em impostos adicionais para os empregadores até 2034. Surpreendentemente, 44% dos empregadores nos Estados Unidos oferecem lanches gratuitos, o que é o dobro da taxa de uma década atrás, de acordo com pesquisas da Society for Human Resource Management.
A ideia de ter despensas e cafés gratuitos nos escritórios foi celebrada como uma maneira de incentivar a produtividade, melhorar o moral e fomentar colaborações criativas. Sergey Brin, cofundador do Google, é famoso pela sua determinação em que os funcionários nunca estivessem a mais de 60 metros da comida.
A polêmica lei tributária de Trump, aprovada em 2017, já havia reduzido pela metade a dedução para alimentos fornecidos e agora se apressa para eliminá-la por completo, em um esforço para controlar os impactos orçamentários da legislação. Embora a nova lei tributária assinada em 4 de julho tenha revertido a maioria dos aumentos de impostos planejados, a eliminação da dedução para lanches de escritório permaneceu, com exceções apenas para o Alasca e restaurantes.
E não se engane, empresas como a ZeroCater Inc., um serviço de catering corporativo de São Francisco, não estão preocupadas com a perda de contratos. Segundo seu CEO, Ali Sabeti, a demanda por seus serviços se manteve forte mesmo quando a dedução foi reduzida em 2017.
“É bastante inelástico”, enfatiza Sabeti. “Quando você remove uma dedução fiscal, o custo pode aumentar, mas as empresas continuarão a investir, assim como fariam se uma dedução sobre laptops fosse eliminada.”

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