Os olhos do mercado estão voltados para a aguardada carta anual de Warren Buffett, que promete ser um divisor de águas para as ações japonesas. Investidores esperam com ansiedade o seu impacto nas casas de negociação do país.
O renomado “Oráculo de Omaha” já havia sinalizado seu apoio a grandes empresas como Itochu Corp. e Marubeni Corp. em edições anteriores, e sua próxima carta, agendada para 22 de fevereiro, está no foco de todos.
Por que isso é importante? A performance das empresas de trading tem sido afetada negativamente pela queda dos preços de energia, exacerbados por pressões externas, incluindo a gestão de Donald Trump. O índice Topix Wholesale Trade, por exemplo, sofreu uma queda alarmante de cerca de 12% desde a última eleição nos EUA.
Qualquer menção sobre ações japonesas ou empresas de trading por Buffett tem um peso significativo, especialmente no contexto de uma recuperação econômica que precisa de um empurrão. Os investidores esperam que ele possa dar o ímpeto necessário para que os índices japoneses superem a atual estagnação.
Kohei Onishi, estrategista sênior de investimentos da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities Co., conclui que as participações anteriores de Buffett serviram como um imã para investimentos estrangeiros. Assim, um endosse agora poderia ter um efeito profundamente positivo.
No ano anterior, Buffett louvou políticas de cinco empresas de trading, destacando-as como muito superiores às suas contrapartes nos EUA. Isso levou ações como Mitsui & Co. e Mitsubishi Corp. a alcançarem recordes históricos. O potencial dessas empresas é inegável, dado seu modelo de negócios diversificado, que abrange setores variados, de energia a varejo.
A primeira menção de Buffett sobre as ações japonesas em 2020 teve um impacto profundo, atraindo um fluxo massivo de investimentos estrangeiros e elevando o índice Nikkei 225 a patamares recordes.
Contudo, Mineo Bito, executivo da Bito Financial Service Co. e frequentador assíduo das reuniões da Berkshire, acredita que a chance de Buffett dedicar atenção especial às ações japonesas este ano é baixa, visto que não houve alterações nas participações.
A Berkshire detém uma média de 8,1% de realizações significativas em cinco das maiores empresas de trading do Japão, conforme relatórios financeiros recentes.
Além disso, em outubro, a empresa de Buffett vendeu seu maior título em ienes desde 2019, mantendo o mercado atento a quaisquer indícios de expansão de seus interesses no Japão.

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