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2024 pode ser o ano mais quente da história e superar o Acordo de Paris
Previsões apontam que 2024 superará limite de 1,5°C. A pressão para a COP29 aumenta, impactando mercados globais.
Prepare-se: 2024 tem tudo para se tornar o ano mais quente já registrado, superando a meta estabelecida na conferência climática de Paris em 2015. Isso é o que indicam os dados do Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia, revelados nesta quinta-feira (7).
Segundo as previsões, a temperatura média em 2024 deve ultrapassar em mais de 1,55°C o nível pré-industrial. O Acordo de Paris, no qual se comprometeram países ao redor do mundo, estipula a redução das emissões de dióxido de carbono para conter o aquecimento global em 2°C (3,6°F), com a ambição de não ultrapassar 1,5°C sobre as temperaturas da Revolução Industrial.
Esse limite de 2°C não é meramente uma meta. É um ponto crítico definido pela comunidade científica para evitar desastres como inundações, secas e tempestades devastadoras. A meta de 1,5°C deve ser considerada uma média ao longo do tempo e não algo a ser avaliado em um único ano, embora haja indicações de que, caso essa meta seja ultrapassada, medidas adicionais poderão ser consideradas para tentar reverter a situação.
As conclusões do Copernicus geram uma preocupação crescente sobre a inevitabilidade de uma tendência de aquecimento prolongada, especialmente considerando que as emissões globais de CO2 ainda não mostraram sinais de pico. Essa análise surge em um contexto delicado, onde a recente vitória de Donald Trump coloca em xeque as políticas climáticas que ele mesmo rotulou como “novo golpe verde”.
2024: A caminho de um recorde de calor
A escalada das temperaturas representa um desafio significativo para os delegados que se prepararão para a COP29, que terá início na próxima segunda-feira em Baku, Azerbaijão.
“Estamos presenciando um novo marco nos recordes globais de temperatura; isso deve servir como um forte catalisador para um aumento na ambição na conferência COP29,” afirmou Samantha Burgess, diretora adjunta do Copernicus.
O mês de outubro foi 1,65°C mais quente comparado aos níveis pré-industriais, marcando o 15º mês nos últimos 16 em que as temperaturas estiveram acima desse patamar. A nova análise da ONU sugere que, com base nos planos climáticos nacionais, as temperaturas poderão atingir um pico entre 2,1°C e 2,8°C acima do nível pré-industrial neste século.
Outubro também trouxe temperaturas acima da média na maior parte da Europa, que enfrentou chuvas extremas, causando inundações relâmpago, como na região de Valência, Espanha, onde mais de 200 vidas foram perdidas.
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